Planejamento discute unificar índice de desenvolvimento que guia planos do Governo de Estado


Padronização do uso de Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM) vai aprimorar diagnósticos e acompanhamentos de ações nas áreas

O Governo do Estado quer unificar o diagnóstico, planejamento e acompanhamento de ações ampliando o uso do Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), que mede o desempenho dos 399 municípios paranaenses em renda, emprego e produção agropecuária; saúde e educação.
Durante reunião nesta terça-feira (17) na Secretaria de Planejamento, técnicos do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) detalharam como se chega ao indicador.

“No passado, se usava como medida de desenvolvimento somente o Produto Interno Bruto (PIB), mas quem planejava políticas públicas entendeu que um município podia ter um bom PIB, e mesmo assim ter vários problemas, surgindo disso a necessidade de indicadores que incorporassem questões sociais”, disse o diretor-presidente do Ipardes, Marcelo Curado, presente na reunião.
Diferentemente do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que tem relação com o lançamento do Censo, que sai apenas de dez em dez anos, o IPDM é anual e, mesmo com dois anos de diferença (o mais recente se refere ao ano de 2020), é considerado a melhor opção no planejamento.
“Primeiramente, o IPDM tem como vantagem ser um indicador dedicado ao Estado. Além disso, com um gap menor que o de outros índices, isso auxilia na implementação e acompanhamento de políticas públicas, mostrando se uma ação está no rumo certo”, diz o secretário da pasta, Guto Silva.

“Com a evolução histórica e a realidade mais atualizada, vamos orientar os secretários a trabalharem sobre ações orçamentárias para atacar os problemas. Depois, tecnicamente, vamos mergulhar com as equipes para saber quais ações do estado teriam mais efetividade”, diz Silva.
A ideia, segundo Curado, é usar o índice de modo quase exclusivo, tornando-o o indicador oficial. “Todo índice é uma aproximação da realidade, e o IPDM segue uma metodologia que se aproxima do IDH, oferecendo uma visão de conjunto mais apropriada, que pode ser usada para pautar políticas públicas, por ser também um indicador que tapresenta bastante objetividade”, diz Curado.

Renda é o principal problema

Segundo o diretor-presidente do Ipardes, a dimensão que o último indicador publicado aponta hoje como a mais fragilizada no Estado é a da renda, com crescimento aquém do observado em saúde e educação, que tiveram grande avanço nos últimos anos.
“O problema da renda está geograficamente concentrado, por isso a importância de se fazer políticas públicas locais, vocacionais, de modo cirúrgico – e o IPDM pode ajudar a balizar isso”, diz Curado.
O componente renda do índice também será re-estudado pelo Ipardes, visto que entre os itens que o formam estão o fator agropecuário, salário médio e emprego formal, mas não o emprego informal, que foi o que teve maior avanço recente e representa grande parcela do trabalho no campo.

Guto Silva lembrou ainda que, de acordo com a prévia do Censo do IBGE divulgada no fim do ano passado, é possível notar que segue ocorrendo forte êxodo demográfico de municípios com menos de 5 mil pessoas, com a população indo em direção a cidades polos regionais, que vêm crescendo.

O que é o índice

O IPDM é um índice que mede o desempenho dos 399 municípios do Estado do Paraná, considerando três dimensões: renda, emprego e produção agropecuária; saúde e educação.
Sua elaboração se baseia em diferentes estatísticas de natureza administrativa, disponibilizadas por entidades públicas.
As bases de dados do Índice são estatísticas oficiais disponíveis publicamente, oriundas, em sua maioria, de registros administrativos obrigatórios. Esses grandes bancos de dados possuem periodicidade anual e recorte municipal.
A escolha dos indicadores foi feita considerando-se aspectos importantes para o desenvolvimento local, o que permite subsidiar ações conjuntas das três esferas de governo e do empresariado.
Hoje, o Paraná tem 42 municípios listados entre os menos desenvolvidos no Estado, a maioria deles abaixo de 0,5 no índice IPDM, sendo 1 o máximo grau de desenvolvimento estipulado pelo índice.